Sentado na banqueta, munido de godês metálicos como fel, palheta, cavalete, óleo de linhaça. Tela... pincéis. Um pincel.
Inicia-se.
Um homem desenha uma moça. Semblante cálido, um seio exposto, cabelos úmidos e boca torta. Esta, desenha outra garota, que desenha outra garota, que rabisca outra garota! A profundidade retratada penetra na alma das duas, três, sete garotas. Uma dentro da outra, uma partindo da outra; o fim do quadro de uma é o início do que pertence a próxima. Juntas, uma cena só.
Então, o pincel escorrega, o pintor erra. E as linhas que antes exploravam o que era o braço e antebraço da primeira das moças torna-se um borrado sem forma. Não existe mais braço. Não mais esta pode continuar com a pintura que dava vida as outras moças.
Será?
Será?!
E o pincel salta da tela armado. Ela tem um braço. Este, separado de seu corpo. E o braço separado rabisca e se delicia desenhando aas figuras femininas, que continuam seu ciclo cadenciado de desenhos e todas acabam por surgir. Braços separados de pernas e calcanhares de Aquiles e corpos flutuantes. Tudo flui. Tudo existe e não há razão.
O autor é niilista.
As garotas dançam “A moça dos olhos de esmalte” em coreografia tenaz.
16 comentários:
Posso lhe ser sincera?! Sou sua fã! Rs, o jeito o qual você escreve, a forma; bem eu não sei... talvez as palavras ou TUDO me deixa muito encantada. Parabéns, parabéns mesmo! rs [Sua fã agora!!]
Hahaha, eu também sou tua fã, amor.
Ótimo ritmo!
parace ter saído direto dos pensamentos do pintor....
;D
Simplesmente muito interessante.
Muito mesmo!
www.assimdeveser.blogspot.com
Verdade seja dita, a turma da Mônica passa fome perto do Calvin...rs
P.S: Grato pela visita.
Nossa adorei!!
Me imaginei lá com o pintor!
uashusha
Sei lá, viajei agora!
Gostei muito. Está de parabéns!
gostei muito do seu jeito de escrever. Vou explorar mais esse blog, ler os textos antigos. =)
Se puder, passe no meu
http://agarotaquetemquasetudo.blogspot.com/
Beijos.
Que perfeito.
Assim que comecei a ler, minha boca secou. As palavras, o texto, a descrição, a forma contada, o conjunto inteiro estava perfeito.
O seu texto é ótimo, eu adorei. *-*
Foi tão profundo e envolvente.
Simplesmente divino (:
Parabéns. E te seguindo porque me apaixonei *-*
rsrsrs
sabe, admiro mt qdo pessoas das ciências biológicas ou exatas conseguem ter a mesma sensibilidade q tu. um texto com um forma mt peculiar, q mostra cultura e vida.
parabéns e, sempre q puder, volte ao meu blog. até mais.
Li cada palavra visualizando a cena na minha cabeça!
Muito bom seu post!
A forma retratada, nos transpassa alusão de sentir o mesmo que o pintor, em seu momento criativo...
Adorei seus textos, são de uma profundidade enigmática! =)
p.s: já add nos meus favoritos... rsrs
Surreal!
Gostei muito da simplicidade e verdade contidos nos seus textos!
Pelo jeito, ficou um tempo longe do blog, NÃO O FAÇA DE NOVO!
:)
Movimento, vida, ilusão...
O nada.
Sensação vibrante de quase deixar de existir, tocando, logo após, os pés no chão.
O límen.
As palavras se fazendo divinas.
Amei seu texto!
Movimento, vida, ilusão.
O nada.
Sensação vibrante de quase deixar de existir, tocando, logo após, os pés no chão.
O limen.
As palavras se fazendo divinas.
Amei seu texto!
Maurilene
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