Faíscas. Estática. Tudo começa nesse ponto, quando os olhares apressados de dois corpos de massa ‘M’ e velocidade m/s que se cruzam. É como se a inércia fosse automaticamente forçada, e os corpos estancassem. O tempo pára, como param os dançarinos num tango frenético quando a mais bela das mujeres entra no salão com castanholas em punho.
Quando os corpos se chocam o estrago é ainda maior. O turbilhão de sentimentos elétricos percorre toda a extensão do corpo. O simples tocar de mãos gera isso. Não é como as trombadas entre as moléculas dos gases perfeitos, é mais uma troca de energia mesmo. Troca de temperatura. Como que aquecidas pelo calor sensível do contato (quem sabe latente, em casos mais severos onde parecemos ir às nuvens!), as bochechas enrubescem. São os sentimentos dela pros dele, dele pros dela, até alcançar o equilíbrio. Adicione isso as ondas compreendidas entre 20 e 20.000 mega-heartz que saem da boca do outro e chegam à nossos ouvidos como a mais bela das sinfonias, carregadas de palavras e expressões piegas, mas detentoras de uma simplicidade arrebatadora que parecem controlar a mecânica de nossos corpos. Sangue ferve, aquece, aquece, aquece...o coração, uma máquina de milhares de cavalos de potência funcionando à todo vapor !
BOOM, você está apaixonado, campeão! :) Derrubando princípios e teoremas, não há como provar isso. Você sente. Só.Ah, e não podemos esquecer que isso não é medido em btus, watts, joules... é grandeza sem medida. Quem sabe por isso que tantas vezes acaba sem raiz (e convenhamos, nada é pior do que um problema sem raiz): enquanto pra um é grandeza diretamente proporcional, que cresce mais e mais de acordo com carinhos e mimos, pro outro é inversamente proporcional ao mesmo exemplo, diminuindo com isso, que se torna sufocante. Voltando às equações, um relacionamento é extremamente difícil de ser transformado em números pela complexidade dos membros envolvidos. Humanos não são tão simples quanto parecem, ainda mais quando a personalidade altera como o gráfico de uma parábola. Pior: o próprio romance faz isso, jogando nosso humor de cima pra baixo como um gato arisco que brinca com um novelo de lã.
Ao passo que os problemas aparecem, nós damos uma de Einstein, Newton, Clay-Peron, e tentamos desesperadamente solucionar o NOSSO problema. Inventamos fórmulas, agimos em razão do nosso bem maior, e em um digno ÀS VEZES, conseguimos (em outras, achamos melhor nem tentar). Tudo pode ficar estável. Uma bomba estável, na qual confundimos o tic-tac com batidas do coração. Sempre é uma bomba, e todos somos camicazes românticos :)
Por fim, não esquecemos que energia não é criada, é apenas modificada, transferida. Aquele amor que ali estava, quando some, não morreu, campeões! Ele apenas passou pra outra pessoa. E nessa transição, o que ainda conserva um pouco do amor-energia não transferido, bem, esse sofre não como na física, na matemática, na química, que são racionais. Esse sofre como na literatura, um trovador ou pré-romântico, que é só saudade. :)